O reformatório do Morumbi precisa ser revisto

Dante Baptista

“Lhe, lhe, lhe, ô lhe, lhe, lhe, a / com bad boys no seu time já pode comemorar / Somos bad boys isso não tem nada a ver…”
(Trecho de ‘Rap dos Bad Boys’, de Romário e Edimundo)

Desde pequeno, acostumei que, ‘para ser jogador do São Paulo, precisa ser diferenciado em termos de postura dentro e fora de campo’, ou, nas palavras de Muricy Ramalho, ‘antes de observarmos o futebol, vemos o caráter do jogador’.

Por isso, jogadores como Raí, Leonardo, Zetti, Careca, Cafu, Kaká, Juninho Paulista e Rogério Ceni acabaram marcados como ‘jogadores com a cara do São Paulo’. Jogadores encrenqueiros nunca fizeram sucesso no clube. O último jogador com esse perfil foi Serginho Chulapa, maior artilheiro da história do São Paulo, com 242 gols.

Para este ano, a diretoria do São Paulo resolveu reviver o elenco aguerrido de 2004/2005, com jogadores raçudos, como Lugano, Luis Fabiano (que, diga-se de passagem, de temperamento forte dentro do campo, e nenhuma ocorrência de indisciplina fora dele) e apostou em três nomes: Adriano, Fábio Santos e Carlos Alberto.

A aposta da diretoria foi no histórico de recuperação de grandes atletas no Reffis, que praticamente contratou Adriano e já havia tratado de outros jogadores, como Roque Jr, Luizão, Zé Roberto.

Porém, parece que o São Paulo resolveu criar um desafio maior do que o administrável.

Em março, Adriano foi protagonista de um ato de indisciplina ao sair do CCT sem a devida autorização e antes do horário do treinamento. Ouviu um discurso do presidente Juvenal Juvêncio e, depois disso, passou a ser decisivo para o Tricolor.

Já Fábio Santos e Carlos Alberto não vinham correspondendo em campo o investimento e o desafio, e, para piorar…

…Ainda se envolveram em uma briga na concentração. Fábio foi prontamente afastado por 29 dias, sem participar das atividades do grupo e sem recebimento de salários. Caminho semelhante seguiu Carlos Alberto, que foi afastado por uma semana, em função de um conjunto de incidentes.

O São Paulo falhou na missão de tentar recuperar jogadores irrecuperáveis, com histórico de problemas por onde passam e, nos casos de Carlos Alberto e Fábio Santos, sem custo-benefício favorável ao clube. Como reformatório, o Reffis é um excelente centro de recuperação física no futebol mundial.

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