Palmeiras na final

Dante Baptista

Dentro das quatro linhas, nada de surpreendente. O Palmeiras fez valer seu favoritismo e venceu o São Paulo por 2 a 0, gols de Léo Lima e Valdívia.

O clássico foi turbulento, nervoso e temperado pelas declarações e polêmicas da semana que antecedeu o clássico.

Por que o Palmeiras venceu?

É fato que, na temporada 2008, o Palmeiras está um patamar acima do São Paulo. Montou uma equipe do jeito que seu técnico gosta, com jogadores talentosos para decidir e os trabalhadores para ‘carregar o piano’. Tem Valdívia, cerebral e (agora) decisivo e boas opções para o banco, como Martinez (invenção de Luxemburgo no Cruzeiro/03), Lenny e Denílson. Tem um esquema definido e alguns jogadores que voltaram a render nas mãos de Luxa, casos de Léo Lima, Leandro, Marcos e o próprio Denilson.

Já o São Paulo não sabe como e com quem joga. Já em abril, não tem time e esquema tático definido, e joga repleto de improvisações. Além disso, não ofereceu surpresa alguma ao Palmeiras. Jogou taticamente igual à primeira partida e individualmente foi pior. Fábio Santos só achou Valdívia quando fez falta, Dagoberto não correspondeu e Junior não suporta fisicamente uma partida deste porte. E, para piorar, Rogério Ceni falha feio.

O gás de pimenta

Sinceramente, não consigo acreditar que ainda haja coisas deste tipo. Menos ainda que, precisando fazer apenas um gol em 45 minutos (qualquer cruzamento do Jorge Wagner para o Adriano é perigoso), o próprio São Paulo abortaria a melhor forma de um técnico mexer com sua equipe no intervalo sabotando o vestiário. O caso, na minha opinião, comprova a falta de estrutura do Palestra Itália para jogos deste porte. Mas, cabem às autoridades competentes, e não a jornalistas, a resolução do caso e deliberar punições e conseqüências para os infratores.

A sinceridade

O futebol seria um esporte ainda mais emocionante se todos fossem sinderos em suasa declarações para a imprensa. Rogério Ceni poderia ter simplesmente dito o seguinte ao repórter Bruno Laurence, da Globo: “O lance era meu e calculei errado a trajetória da bola. Errei e peço desculpas à torcida”. Valdívia poderia ser sincero e dito o seguinte (sobre a provocação na comemoração do gol): “Fui provocado o jogo inteiro, apanhei e respondi com gols. Foi isso”. E ainda, ao invés de continuar a provocação, algum diretor do Palmeiras poderia dizer o seguinte: “Independente de quem é a culpa, estamos dispostos a ajudar na averiguação do caso para que o Parque Antártica melhore ainda mais na segurança e possa receber jogos importantes.”Ilusão minha? Com certeza!

Palmeiras e Ponte farão as finais do Paulista nos dois próximos domingos. A primeira partida será no Moisés Lucareli e a segunda em São Paulo, no Palestra Itália

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