Decisões

Dante Baptista

No primeiro tempo, a Ponte Preta não foi aquela que o público está acostumado a ver jogar. Talvez por isso, o Palmeiras tenha criado as melhores chances nos primeiros vinte minutos e tenha marcado o gol do jogo logo a seguir, em cabeçada de Kleber na pequena área.

No segundo tempo, foi o Palmeiras que não atuou como deveria (mais um gol e o título estaria praticamente assegurado), e a Ponte resolveu partir para cima, na base da raça, e não empatou graças a uma tarde inspirada de Sâo Marcos. Resultado final, Palmeiras 1 x 0 Ponte Preta.

O Palmeiras precisa de um empate em casa (ou até derrota por um gol de diferença) para garantir o título Paulista, algo que não acontece desde 1996, no famoso time comandado por… Wanderley Luxemburgo (na época com W e Y, hoje escreve-se Vanderlei mesmo)

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Primeiro tempo movimentado e equilibrado no Maracanã, que terminou sem gols. No segundo, Joel sacou Kléberson e Ibson, para as entradas de Diego Tardelli e Obina, que fizeram a jogada do gol. O primeiro cruzou para o segundo completar, já sem goleiro.

O Botafogo, que passará a semana descansando, precisa vencer por dois gols de diferença. Já o Flamengo precisa do empate, mas enfrenta o América do (e no) México, com mais de 2000 metros de altura.

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Com 18 minutos de partida, o Cruzeiro já vencia por 2 a 0. O primeiro saiu numa bobeada do goleiro Juninho e no segundo foi um gol contra. Ramires encobriu o goleiro aos 39 ainda da primeira etapa. O baque foi tão forte que o Galo, no ano de seu centenário, saiu nocauteado por 5 a 0 do Mineirão.

Confesso que me peguei pensando o que falaria para os jogadores na reapresentação da equipe. Brigar, apontar falhas, caça às bruxas? Acho que nada disso adianta. O segredo é motivar, mas sem a utopia de que ‘ainda é possível, são onze contra onze’ e outras balelas. Eu falaria o seguinte: ‘tudo bem, o Cruzeiro já tem uma bela vantagem, mas até pela torcida, vocês precisam vencer para provar que são capazes. E isso até para vocês mesmos! Ganhar por 1, 2, 3… tanto faz! Mas vocês precisam vencer!”

Parabéns ao Cruzeiro, campeão mineiro.

Botafogo massacra o Flamengo

Dante Baptista

Nem mesmo com Ronaldo nas arquibancadas, o Flamengo conseguiu inspiração.

O Botafogo, que vencia no primeiro tempo com um gol de Wellington Paulista, simplesmente não deixou o adversário jogar. O gol foi uma ‘reprise’ do gol marcado diante do Fluminense, na mesma jogada de escanteio com desvio no primeiro poste. Wellington cabeceou sem marcação e goleiro.

No segundo tempo, Cuca adiantou Alessandro, que jogava nas costas de Juan. Quando ampliou para 2 a 0, já eram várias as chances agudas do Botafogo, que jogava bem, com a movimentação típica dos times de Cuca e a cabeça no lugar. Em momento algum lembrou aquele time desequilibrado que perdeu a decisão da Taça Guanabara.

O 3 a 0 era questão de tempo, e veio num pênalti bem batido por Lucio Flávio.

Botafogo e Fluminense se enfrentam no próximo domingo, pela final da Taça Rio. O vencedor pega o Flamengo, já classificado para a final.

A Guanabara é rubro-negra

Dante Baptista

Uma boa final precisa ter polêmica, senão não é final. E, pode não valer muita coisa, como o caso da Taça Guanabara, mas foi uma grande final, com todos os atributos de uma partida deste tipo.

A polêmica começou com o pênalti marcado sobre Fábio Luciano. Como bem disse André Kfouri, a questão não é “quantos pênaltis como esse são marcados…”, ou “se deu um tem de dar todos…”, mas o simples: o juiz viu, e, de fato foi pênalti. Cumpra-se.

Logo depois, confusão e duas expulsões. Zé Carlos tentou apartar a briga e acabou levando vermelho. Porém, um lance parecido aconteceu na área do Flamengo, e não foi marcado. Aí sim, a discussão é válida.

Diego Tardelli (!) marcou um golaço aos 46 do segundo tempo, e o Botafogo ainda teve uma bola na trave aos 50. No final, Flamengo venceu por 2 a 1. Jogaço!

Mas, o que eu consegui assistir foi a tumultuada entrevista coletiva botafoguense, com jogadores chorando, Cuca e sua tradicional face de desgosto, a sutileza de Carlos Augusto Montenegro e a renúncia de Bebeto de Freitas.

E ficou em mim a pergunta: era para tanto?

Não vi complô, má intenção, sacanagem nenhuma do árbitro. O que eu vi, e nos melhores momentos e uma parte do tape do jogo, foi falta de preparo. Mas ela existe não apenas contra o Botafogo.

Se Bebeto falasse de renúncia quando aconteceu toda a polêmica com Ana Paula de Oliveira, seria menos injusto. O Botafogo recuou no segundo tempo, preferiu tentar o contra-ataque quando dominava o jogo, e pagou o preço por isso. Mais do que isso, os jogadores do Botafogo entraram em pane emocional quando sofreram o gol de empate.

Por isso, Bebeto, que tem linda história no esporte. Reconsidere sua decisão.